37º Programa

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Informações:

a) Locutores:

Guilherme Bougleux
Renata Mourão

b) Repórteres:

Lucas Quaresma (Notas: Enem - Diplomacia começa na escola - Dia de fotografia)

Vinicius Rocha (Entrevista com o professor Rogério Bettoni, um dos vecedores do prêmio "Professor Nota 10")

Músicas:

- Kate Nash - Foundations
- Lily Allen - Smile
- The Cribs - Man's Needs
- Gillete - You Gotta Lick It (BG)

Reportagens:

Enem

A prova do Enem será realizada no dia 26 de agosto, domingo, confira o local da prova com antecedência e boa prova!

Projeto Diplomacia Começa na Escola

No dia 22 de agosto, quarta feira ocorreu a retomada do projeto com alunos da UNI-BH discutindo o tema: As tropas brasileiras no Haiti.

Dia de Fotografia

Atenção alunos preparem-se para serem fotografados, as fotos serão feitas de 31 de agosto a 3 de setembro e serão entregues aos alunos no dia 8 de outubro.

Textos: Lucas Quaresma



Entrevista com o professor Rogério Bettoni, sobre o prêmio "Professor Nota 10"

Repórter: Fale um pouco mais sobre o seu projeto "Imagens no Tempo".

Rogério: O projeto foi desenvolvido com alunos de 7ª e 8ª série, a partir da segunda etapa do ano passado na disciplina artes. Era um projeto interdisciplinar, no qual trabalhamos a história da fotografia, do cinema e do videoclipe, começando dos primórdios, até chegar ao conceito de videoclipe que as pessoas têm hoje, procurando fazer um paralelo com a filosofia. Começamos o projeto fazendo uma câmera pinhole, depois passamos para a parte teórica, analisando alguns filmes fazendo sempre um paralelo com o videoclipe.

Repórter: O que é uma câmera Pin Hole ?

Rogério: É uma câmera que chamamos de alternativa. Tem esse nome porque pin hole significa buraco da agulha. É uma câmera escura feita com uma lata pintada por dentro e a fotografia é retirada diretamente do papel fotográfico e não passa pelo filme.

Repórter: Qual é a importância de mostrar a fotografia antes do cinema?

Rogério: A idéia era mostrar como surgiu a fotografia impressa, pois foi a partir da impressão que se começou a dar movimentos à imagem. A gente sabe que cinema nada mais é do que várias fotografias, uma atrás da outra em movimento rápido. Portanto, para eles entenderem isso, eu quis mostrar como surgiu a fotografia até chegar no filme que conhecemos hoje.

Achei interessante fazer essa câmera, pois trabalhei com um elemento surpresa. Eles não sabiam o que iria sair. Com isso, eu queria dar um novo olhar ao projeto, o que eles viam, o que imaginavam que sairia na foto e a reinterpretação que eles teriam depois da imagem pronta.

Depois, comecei a explicar para eles traços da história do cinema mudo, como esse passou a ser colorido e como o cinema juntou cor e som. Fiz essas leituras a partir do videoclipe. Expliquei também toda a teoria cinematográfica, o que é o enquadramento, quais são os diferentes tipos de linguagem, diferentes gêneros, como se monta uma seqüência, o que é preciso para fazer um filme, qual é a equipe necessária, etc. Depois da teoria toda pronta, fizemos a analise do filme “Corra, Lola, Corra” que parece um “videoclipezão”. Ele possui diferentes linguagens e eu achei que, com este filme, eles poderiam estabelecer um paralelo com todas aquelas teorias que eles tinham visto.

Repórter: Como os alunos praticaram o que foi aprendido na teoria?

Rogério: Foi aí que eles começaram a produção de seus próprios vídeos, usando a técnica de stop motion.

Repórter: O que é stop motion?

Rogério:Stop motion é a técnica usada em vídeos de animação, todo elaborado com fotografia, para que eles abarcassem de fato como o cinema funciona.

Repórter: Quantos vídeos foram produzidos no total?

Rogério: Foram 25 vídeos ao todo, feitos por alunos de 7ª e 8ª série.

Repórter: Qual é a sua opinião sobre os vídeos produzidos?

Rogério: Eu achei as produções muito boas, os vídeos eram extremamente criativos, alguns até engraçados, tivemos também vídeos tristes, com historinhas, com roteiros bem construídos e uma idéia bem feita e bem amarrada. Eles também resignificaram algumas ferramentas que eles utilizavam também. Teve vídeo feito com máquina fotográfica, celular e web cam. Não posso avaliar a qualidade técnica, mas no geral os resultados foram mais do que excelentes.

Repórter: Você acha que os alunos puderam ter mais consciência sobre o trabalho de um autor e a intenção que existe por trás da produção do vídeo?

Rogério: Com certeza, porque no momento em que eles fizeram o vídeo, que compreenderam o curso como um todo, eles conseguiram entender o que está por trás da produção de um vídeo e a questão da autoria ficou muito clara, porque com toda a interpretação que tivemos durante as aulas, eles perceberam que todo diretor, quando filma alguma coisa, tem intenção de mostrar algo. Há um significado sendo produzido ali.

Repórter: O que você acha que os alunos levam de concreto para a vida deles depois dessa oficina?
Rogério: Não sei se é possível mensurar isso, porque o processo todo foi muito rico. Claro que alguns vão carregar mais que os outros, principalmente os que fizeram posteriormente a oficina de videoclipe. Penso que eles levam um pouco mais de uma interpretação artística do mundo. Se uma cena de um filme for mostrada para eles agora , eles saberão que ali teve um enquadramento, um movimento de câmera, etc

Repórter: Como você se sente ganhando esse prêmio?

Rogério: Eu não estou acreditando muito ainda não (risos). Fiquei muito feliz porque foi um projeto desenvolvido em artes e filosofia e a disciplina filosofia precisa ser vista com mais seriedade. Acho que a partir desse ano teremos uma seriedade maior, porque a lei obrigou o ensino de filosofia no ensino médio. Mas fiquei realmente surpreso com o prêmio, pois foram mais de 3600 projetos inscritos. Eu acreditava em meu projeto, mas não sabia que ele tinha essa relevância toda.

Repórter: Quando vai ser a premiação e onde ela acontecerá?

Rogério: A premiação será no dia do professor, 15 de outubro. Depois dos 10 escolhidos, iremos até São Paulo receber a premiação e na noite da premiação eles decidem por um projeto, que eles consideram o professor do ano. Já fiz um documentário com a TV Cultura e, essa semana, a revista Nova Escola fará uma matéria. Isso é muito bom para a escola, para mim e para os alunos também.